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SINAIS DE ALERTA

  • Foto do escritor: Fernanda Muniz
    Fernanda Muniz
  • 31 de jan.
  • 4 min de leitura

O hábito de fazer dietas restritivas, sem consultar nenhum profissional, é muito comum atualmente. Muitos seguem dietas elaboradas por pessoas leigas ou por profissionais que não estão atualizados com as melhores evidências científicas… ou simplesmente seguem um plano alimentar do colega, sem saber dos riscos e as consequências de tais comportamentos.

E isso, por si só, não é um problema. A maioria das pessoas que fazem uma dieta restritiva, não vai desenvolver um transtorno alimentar.


“Nem toda dieta leva a um transtorno alimentar, mas todo transtorno alimentar começa com uma dieta.” Sophie Dheram

Não é raro que pessoas que têm questões com alimentação e imagem, que sofrem com transtornos alimentares, não terem consciência de que precisam de ajuda ou quando têm, não o fazem por vergonha ou medo de julgamento. Em muitos casos, são os familiares que buscam tratamento para aquelas que custam a admitir que precisam de acompanhamento e tratamento para sua condição.


SINAIS DE ALERTA

Abaixo, elenquei alguns sinais que devemos estar atentos - não são critérios diagnósticos, podem significar tudo ou nada - Na dúvida, procure auxílio profissional especializado:


  • Fazer dietas restritivas é uma constante na vida (testando todas as novas modalidades que aparecem nas redes sociais);

  • A preocupação com o corpo ou com sua aparência ocupa a maior parte dos seus pensamentos;

  • Altamente interessado em contagem de calorias, dietas e jejum;

  • Há grande (e constante) insatisfação com seu peso e seu corpo;

  • Frequentemente se retira dos ambientes durante ou logo após às refeições para ir ao banheiro

  • Come pouco e não come determinados tipos de alimentos (em geral, os mais calóricos)

  • Evita grupos alimentares específicos

  • Frequentemente, no horário das refeições ou em ambientes sociais, diz que já se alimentou - mas ninguém viu.

  • “Vilaniza” alimentos - categoriza os alimentos em bons ou maus - permitidos ou proibidos.

  • Tem crenças diferentes da maioria das pessoas sobre alguns alimentos (por exemplo: acredita que a gordura ingerida se transforma instantaneamente em gordura corporal)

  • Geralmente come sozinho

  • Parece se sentir incomodado ou envergonhado ao se alimentar na frente de outras pessoas

  • Frequentemente, está com diarreia

  • Mantém uma frequência intensa e rígida de exercícios físicos

  • Vai a academia mais de uma vez ao dia, ou passa horas na academia

  • Tem os dentes desgastados

  • Há inchaço nas laterais do queixo (Pode indicar provável aumento das glândulas parótidas que pode ter sido provocado por vômitos auto induzidos)

  • Bebe muios litros de água durante o dia e/ou durante as refeições

  • Masca chiclete e balas constantemente

  • Tem o hábito de estocar ou esconder alimentos

  • Auto medica-se com diuréticos, anfetaminas, laxantes, inibidores de apetite ou fórmulas sem a indicação profissional correta.

  • Indicativos de episódios de compulsão alimentar:

    • desaparecimento de grande quantidade de comida em pouco tempo da geladeira, freezer e armários de mantimentos

    • Diversas embalagens de alimentos ou delivery vazias no lixo


PREOCUPAÇÃO COMO PROBLEMA

Nem todas as pessoas que se preocupam com o corpo e com o que comem desenvolverão um transtorno alimentar. E ter a preocupação não é o problema. A ausência total de preocupação pode ser um problema (mas isso é papo pra outro dia).

É natural nos preocuparmos com o nosso corpo e com nossa alimentação. O problema não é ter hábitos alimentares balanceados e saudáveis, um corpo em boa forma.

O problema se instala quando a preocupação com a sua aparência, seu peso ou o que você ingere toma grandes dimensões na vida do sujeito, infestam a mente, o fazendo sofrer imensamente e o incapacitando de suas tarefas cotidianas.

Um transtorno alimentar surge quando essa preocupação se torna obsessiva, quando a pessoa conta todos os alimentos, checa seu corpo frequentemente e isso passa a ser o centro de sua vida.

Paradoxalmente, a preocupação excessiva com o corpo e com a alimentação provoca resultados contrários: Ao se preocupar excessivamente com uma alimentação “saudável", o sujeito acaba se colocando em dietas extremamente restritivas, não ingerindo nutrientes fundamentais para o corpo.

O pensamento obsessivo sobre sua aparência, seu peso e sua alimentação é tão intenso que por vezes, é mais forte que nosso instinto natural de fome (e saciedade).


  • Anorexia Nervosa » A obstinação com a alimentação e com o peso predomina sobre a fome. O paciente é altamente rígido, restringindo violentamente seu padrão alimentar. Saciedade, apetite, percepção corporal não operam corretamente. É comum que esses pacientes apresentem grande distorção de imagem, tendo a convicção de que estão muito acima do peso ou deformados ou com algumas partes do corpo aumentadas. Essa vivência (distorcida) reforça a ideia de que ele precisa emagrecer, restringir ainda mais sua alimentação, gerando um ciclo que se retroalimenta.


  • Bulimia Nervosa » A preocupação patológica com o corpo é menos pronunciada mas ainda apresenta grande insatisfação com o corpo. Tal insatisfação e a tentativa de manter um peso/forma corporal desejados leva o sujeito a comportamentos compensatórios - numa tentativa de expurgar o que foi ingerido - após episódios de compulsão alimentar.


  • Transtorno de Compulsão Alimentar » A preocupação com o corpo e com a alimentação é mais próxima da normalidade. Apesar de estudos mais recentes apontarem cerca de 50% dos pacientes com TCA apresentam intensa preocupação com o corpo. Mas a questão principal desse quadro é o descontrole alimentar e uma desregulação dos sinais físicos relacionados a alimentação, como fome, apetite e saciedade - como se esses controles fossem desligados durante um episódio de compulsão.


    Compulsão Alimentar: Assim como ocorre nos casos de Bulimia Nervosa, o sujeito perde o controle, em geral depois de restrição alimentar, comendo muito mais do que pretendia. É comum que só parem de comer quando sentem fortes dores abdominais, quando a comida acaba ou quando são interrompidos por terceiros. Em geral, durante os episódios, o paciente não sente o sabor dos alimentos ingeridos, quase não os mastiga, não tendo controle nem do que ou quanto comeu. Após os episódios, sente culpa, vergonha, raiva e frustração.


Seu comentário, dúvida ou sugestão são muito bem-vindos.



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